Os Descobrimentos e a escravatura não são a mesma coisa

As novas técnicas de navegação permitiram o tráfico transatlântico de escravos. Isso deve ser lamentado. Mas não deve eclipsar-se o contributo de Portugal nos séculos XV e XVI para a ciência moderna.

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O famoso Planisfério de Cantino de 1502, que se encontra agora na Biblioteca Estense Universitária, em Modena DR
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No espaço público, a evocação das descobertas portuguesas dos séculos XV e XVI é muitas vezes obliterada pelo peso do passado esclavagista do nosso país. Um exemplo é a proposta, incluída no programa eleitoral de Fernando Medina como candidato à Câmara Municipal de Lisboa em 2017, de criação de um Museu da Descoberta. Gerou-se grande polémica e a ideia nunca se concretizou, tendo a discussão passado mais tarde a ser sobre a criação de um memorial sobre a escravatura. Mas as viagens de expansão marítima fizeram mais do que possibilitar o tráfico transatlântico de escravos: elas representam um momento alto dos povos ibéricos na história global.

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