Tatuagens livres em corpos presos

No início do século XX, as cadeias nacionais passaram a registar as tatuagens que ornavam os corpos dos reclusos. Esses levantamentos iconográficos ficavam registados em “álbuns”. Restam apenas cinco.

RG Rui gaudêncio - 18 Julho 2024 - Livro do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde eram registadas as tatuagens dos reclusos pelos guardas da Cadeia Nacional de Lisboa. Lisboa. Público
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RG Rui gaudêncio - 18 Julho 2024 - Livro do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde eram registadas as tatuagens dos reclusos pelos guardas da Cadeia Nacional de Lisboa. Lisboa. Público Rui Gaudêncio
dro daniel rocha 30 marco 2017 - Portugal, Lisboa - Exposicao programada pelo Mude, Museu de Design e Moda " O mais profundo e a pele " , coleccao de tatuagens do instituto de medicina legal, expostas no Palacio Pombal
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dro daniel rocha 30 marco 2017 - Portugal, Lisboa - Exposicao programada pelo Mude, Museu de Design e Moda " O mais profundo e a pele " , coleccao de tatuagens do instituto de medicina legal, expostas no Palacio Pombal Daniel Rocha
RG Rui gaudêncio - 18 Julho 2024 - Livro do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde eram registadas as tatuagens dos reclusos pelos guardas da Cadeia Nacional de Lisboa. Lisboa. Público
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RG Rui gaudêncio - 18 Julho 2024 - Livro do Estabelecimento Prisional de Lisboa, onde eram registadas as tatuagens dos reclusos pelos guardas da Cadeia Nacional de Lisboa. Lisboa. Público Rui Gaudêncio
dro daniel rocha 30 marco 2017 - Portugal, Lisboa - Exposicao programada pelo Mude, Museu de Design e Moda " O mais profundo e a pele " , coleccao de tatuagens do instituto de medicina legal, expostas no Palacio Pombal
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dro daniel rocha 30 marco 2017 - Portugal, Lisboa - Exposicao programada pelo Mude, Museu de Design e Moda " O mais profundo e a pele " , coleccao de tatuagens do instituto de medicina legal, expostas no Palacio Pombal Daniel Rocha

Quando Manuel da Conceição, apodado “Manuel Cabrão”, entrou na Penitenciária de Lisboa, a imponente construção erguida no alto de Campolide levava já um ano e meio de reclusão na cadeia comarcã de Setúbal. E quando saiu de Campolide para o Limoeiro, seis anos mais tarde, em trânsito para o degredo africano, levava nos braços, nas mãos, nos pulsos e no peito as provas pictóricas dessa experiência. Eram tantas que os funcionários do Posto Antropométrico da Penitenciária encheram duas páginas em formato broadsheet com cópias dos desenhos e das letras tatuadas no corpo de Manuel: na zona peitoral tinha âncoras e remos, evocativos da sua passagem pela Armada como segundo-grumete; e, nos restantes membros superiores, a República com o barrete frígio, flores e ramos, uma medalha de condecoração, um coração trespassado por duas espadas junto ao nome do pai, “José da Conceição”, um Sol com nariz, boca e olhos, o seu número de marinheiro (“8413”), uma guitarra, um sabre, uma estrela com quatro pontas, mais âncoras, flores, corações e letras.

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