Jannik Sinner sob os holofotes de Nova Iorque

Italiano encabeça lista de favoritos à conquista do US Open, ao qual o português Nuno Borges chega no melhor ranking de sempre.

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Sinner conquistou recentemente o torneio de Cincinnati Sam Greene / USA TODAY SPORTS VIA REUTERS CON
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Com Novak Djokovic, vencedor em 2023, e Carlos Alcaraz, campeão nos dois mais recentes torneios do Grand Slam, a acusarem algum desgaste pelos sucessos na época e pela presença no torneio olímpico, é o italiano Jannik Sinner que ocupa o primeiro lugar na lista de favoritos ao triunfo no US Open, que começa hoje em Nova Iorque. Mas é também sobre o italiano que têm recaído as atenções fora dos courts, depois de a Agência Internacional para a Integridade do Ténis (ITIA) ter anunciado que Sinner teve um resultado positivo num teste antidoping realizado em Março.

Aparentemente, o número um do ranking reagiu bem às acusações de ter tido um tratamento preferencial e não ter sido suspenso, embora tenha afastado da sua equipa o fisioterapeuta Giacomo Naldi e o preparador físico Umberto Ferrara, responsáveis pela administração de um spray que continha clostebol, substância considerada dopante.

Ambos já estiveram ausentes nos dois Masters 1000 de Agosto: em Montreal, onde Sinner perdeu nos quartos-de-final com Andrey Rublev; e em Cincinnati, onde conquistou o 15.º título da carreira (quinto em 2024).
Mas há mais candidatos a sair do Billie Jean King National Tennis Center com um cheque de 3,2 milhões de euros, destinado aos vencedores de singulares, masculinos e femininos, de um prize-money total recorde de 67 milhões de euros.

Novak Djokovic ainda não ganhou qualquer torneio no circuito esta época, mas a conquista da medalha de ouro em Paris ofuscou todos os insucessos recentes e até, segundo o próprio, ultrapassou a alegria por vencer qualquer um dos 24 títulos do Grand Slam que já soma. Apesar de não competir em hardcourts desde 11 de Março, o sérvio de 37 anos reafirma que a motivação mantém-se e que quer estender o recorde de majors, defendendo o título nos EUA.

Carlos Alcaraz venceu em Roland Garros e Wimbledon, mas viu travada a série vitoriosa na final do torneio olímpico. A reentrada no circuito, em Cincinnati, não foi fácil e perdeu na estreia com Gael Monfils. Pior que a derrota, por 4-6, 7-6 e 6-4, foi a manifestação inédita de frustração que o levou a partir uma raqueta. Mas foi em Nova Iorque que o espanhol somou, em 2022, o primeiro de quatro títulos do Grand Slam.

No segundo grupo de favoritos estão Alexander Zverev, finalista em 2020, Daniil Medvedev, campeão em 2021 e finalista em 2019 e 2023, Casper Ruud, finalista em 2022, ou Stefanos Tsitsipas, que resolveu afastar o pai da equipa técnica devido à falta de resultados. Sem esquecer a forte “selecção” dos EUA que, pela primeira vez desde 1997, apresenta cinco americanos no top 20 do ranking ATP: Taylor Fritz (12.º), Ben Shelton (13.º), Tommy Paul (14.º). Sebastian Korda (16.º) e Frances Tiafoe (20.º).

Na prova feminina, Coco Gauff (3.ª) defende o título, mas nos dois WTA 1000 de Agosto, Toronto e Cincinnati, a americana ganhou somente um encontro. Maior favoritismo recai sobre Aryna Sabalenka (2.ª), que ultrapassou os problemas no ombro direito e chega a Nova Iorque com o título conquistado em Cincinnati, sem ceder qualquer set e após derrotar a líder do ranking, Iga Swiatek, nas meias-finais. Finalista em 2023, a bielorrussa poderá encontrar este ano as condições ideais para conquistar o primeiro major fora da Austrália.

Depois de sair de Paris com uma medalha de bronze para a Polónia, Swiatek continua a ser a incontestável líder do circuito feminino e sabe como vencer no US Open, onde triunfou em 2022.

Com as derrotas de Henrique Rocha, Jaime Faria e Francisca Jorge na qualificação, a representação portuguesa na prova individual está a cargo de Nuno Borges. O maiato chega ao último torneio do Grand Slam do ano no melhor ranking de sempre (35.º) e estreia-se na terça-feira frente ao argentino Federico Coria (78.º).

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